HQ I

Poucas vezes me aventurei em criar histórias em quadrinhos, embora eu sempre as tenha curtido muito. Essa que apresento aqui, creio que foi a primeira completa que desenhei.

Era o ano de 1992, se não me engano, e foram abertas as inscrições para o I Salão Internacional de Desenho de Imprensa, que aconteceria no Centro Municipal de Cultura, aqui em Porto Alegre.

Nessa época, eu trabalhava no Planetário Prof. José Baptista Pereira, da Ufrgs, onde era ilustrador, concebendo sobretudo a arte dos programas infantis. Sônia Coppini, minha amiga e colega, escrevia as histórias para eles e formamos, durante muitos anos, uma dupla de criação.

Quando se falou sobre esse concurso, ela sugeriu que fizéssemos uma HQ pra tentar participar. E foi assim que elaboramos “O Cetro”, espécie de fábula futurista com elementos da mitologia grega — Core ou Perséfone, é filha de Zeus e Deméter, a deusa da colheita, ligada às estações e à produtividade da terra; a terra cuja cor é ocre, Ocre que nomeia o planeta sendo também um anagrama de Core etc. Tudo se passa num espaço-tempo (o eterno fluir) indeterminado.

Embora na ocasião não tenhamos sido selecionados, vejo graça nesse nosso conto que me parece portar ainda mais sentidos agora do que antes.

15 comentários em “HQ I”

  1. Roberto Englert

    👏👏 Não conhecia, Dudu!! Que maravilha! É vero: O poder do “Certo” está no nosso olhar!

  2. Apesar da HQ ser de 92, que bela surpresa essa, de saber
    voce quadrinista, Dudu.
    O teu traço é muito lindo, e a trama parece que foi encomendada pra 2021….!!!!
    Só não gostei dessa do cetro, que cheira a monarquia….mesmo que a referência seja da mitologia grega…..
    …E fiquei me perguntando por qual objeto de poder se poderia substituir hoje em dia???

    1. pois então, não posso dizer que seja um quadrinista. mas… se não fazê-lo, como sabê-lo? eheheheh…
      que bom que curtiste!
      e a Alva talvez tenha ficado meio com cara de metida, mesmo. era pra ser mais uma sábia, jovem e bonita, com visual tipo mulher maravilha.
      o cetro funciona como um catalisor, algo pra ajudar a estimular uma reação, ajudando a fazer com que se retome a crença, a esperança, a ação. intuo que há muitos “cetros”, hoje. os melhores, imagino, talvez sejam os amigos, as pessoas que confiamos, amamos e admiramos. e a natureza, sem dúvida.
      obrigado pelas reflexões e comentário! bjs.

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